Unoesc Chapecó também é referência em sustentabilidade

Universidade do Oeste de Santa Catarina celebra três anos do Ponto Verde

O Ponto Verde é um espaço educativo, construído a partir da ideia de montar um laboratório vivo para a compreensão da sustentabilidade. O propósito foi atingido! As ações que acontecem no espaço sustentável remetem ao conceito de que o local é um ponto de partida, por isso a escolha do nome. Aqui a comunidade acadêmica, e externa, participa de eventos voltados à temática. Muitos professores, de escolas públicas e privadas, trazem grupos de estudantes para conhecerem o espaço. Eles são recepcionados com jogos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que é basicamente um quiz com perguntas e respostas e jogo de memória. Essa foi a forma encontrada pela professora da área de sustentabilidade, Manuela Passos, de fazer com que na chegada o visitante já passe a se envolver com o ambiente.

– Eles usam os jogos e levam para casa. Nós fazemos essa distribuição também para os professores para que possam trabalhar em sala de aula o conteúdo de uma forma mais lúdica. A gente oportuniza que eles conheçam mais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. É uma disputa para ver quem acerta mais. O intuito é que eles participem, mas que também entendam o sentido de tudo.

Mas não é só isso, o Ponto Verde engloba vários projetos distribuídos em todo o campus Chapecó. Além da vivência ODS, tem também o projeto da separação de resíduos: orgânico, reciclável e rejeitos. Tudo é separado em cada bloco da Instituição e destinado ao local correto. Um deles é uma composteira que recebe os resíduos orgânicos. E nessa separação, temos resíduos de difícil reciclabilidade. Por exemplo, meias, que é um item descartado pela maioria das pessoas. Aqui elas têm uma coleta especial, porque são encaminhadas para se tornarem cobertores, a partir de um projeto da marca Puket.

Outros recicláveis que são muito bem-vindos ao Ponto Verde são os lacres de latinhas e as tampinhas plásticas. Tem também o blister, o nome pode não ser comum, mas é fácil encontrar em casa, é aquela embalagem que armazena os comprimidos. Todos esses itens são repassados de forma voluntária a projetos sociais.

– A gente cuida muito para onde vai tudo isso. Pra se ter uma ideia, o blister, hoje, se transforma em portas e rodapés. A coleta é feita por uma empresa de Curitiba e o valor pago nesse material é revertido para entidades que prestam assistência social. Nada vem pra gente, vai direto para eles. Então seja pela questão das meias, pelo recurso que conseguimos a partir do blister ou pela entrega das tampinhas que vão para projetos como o de castração de cachorros, todos são revertidos em benefício para a sociedade – reforçou a professora Manuela Passos.

O Ponto Verde tem ainda o projeto das cisternas que captam água da chuva. Essa água é usada para lavar as calçadas e os pisos internos dos blocos do campus. Além disso,tem o projeto de eficiência energética. Hoje, grande parte da Universidade já funciona através da energia solar, a partir de um planejamento elaborado em parceria com a Celesc. Quem chega ao Ponto Verde encontra os painéis de fonte de energia. Os postes do local se ligam automaticamente à noite através da energia solar que foi gerada durante o dia.

Outro projeto que chama atenção de quem frequenta a Unoesc Chapecó é sobre a falta de resíduos em sala de aula. Aqui os estudantes entendem o motivo da extinção de lixeiras, elas ficam nos corredores. Essa dinâmica de sair é proposital. O aluno faz esse movimento de ir ao lado de fora para perceber o que está gerando e que está destinando o resíduo no local correto.

Copos descartáveis são raros na Unoesc Chapecó. Eles aparecem somente em eventos muito específicos. Aqui cada acadêmico traz o próprio copo. Inclusive, eles ganham da Universidade squeezes no início do curso. Justamente para que haja a reutilização e todos façam parte do movimento sustentável.
A sustentabilidade no campus Chapecó não para por aí, tem ainda o Projeto Reuse, que é um espaço como se fosse um armário compartilhado. As pessoas colocam tudo que possa ser utilizado por outra pessoa, como livros, peças de roupas e objetos para casa. Fica disponível por 24h. No local, as pessoas deixam o que não precisam mais e retiram aquilo que faz sentido para elas. Nesse ciclo, as coisas são mais usadas e não se tornam mais um resíduo descartado na natureza.

A professora Manuela Passos faz questão de ressaltar que quando surgiu a ideia de criar esse grande projeto chamado Ponto Verde, em 2021, teve todo aval da gestão da Unoesc Chapecó.

– A alta administração da Universidade realmente entendeu que isso era muito importante para o campus. Não foi um projeto somente porque eu quis fazer, foi um projeto abraçado como importante e eles embarcaram junto comigo. Conseguimos um recurso da Fapesc, através de edital, com isso demos um grande avanço. Eu fico muito feliz por estar em sala de aula falando sobre sustentabilidade e tenho uma universidade cheia de bons exemplos. E você pode me perguntar: Por que um laboratório vivo? Porque nós somos esse laboratório que as pessoas experimentam aqui e em seguida podem aplicar lá fora.

Manuela Passos é Mestra e Doutora em Ciências Biológicas. Há 15 anos leciona na Unoesc Chapecó. Atualmente, dá aulas na área de sustentabilidade nos cursos de Pedagogia, Matemática, Educação Especial, Direito, Administração, Ciências Contábeis e Engenharia Civil.