Unoesc promoverá atividades de conscientização no Dia Mundial da Água

Na próxima terça-feira, dia 22, a Unoesc São Miguel do Oeste promoverá palestras para escolas e visitas guiadas ao Laboratório de Microbiologia da Universidade, onde são realizadas as análises de água. As escolas interessadas poderão realizar o agendamento pelo WhatsApp do setor de Marketing e Comunicação: 9 8403-7690.

Durante o dia, também serão realizadas diversas atividades de conscientização com os acadêmicos da Universidade e com os alunos do Colégio Unoesc. No Instragram @unoesc.smo, serão divulgados materiais informativos e lançado um sorteio. O vencedor ganhará uma análise de água do Laboratório de Microbiologia da Unoesc.

A Universidade realiza um trabalho intenso de orientação e conscientização na comunidade com o objetivo de melhorar a qualidade da água da região. Desde 2003, quando o Laboratório de Microbiologia iniciou as suas atividades, até o ano passado, foram realizadas cerca de 15 mil análises, por meio da prestação de serviços, e cerca de 2.550 provenientes de projetos de pesquisa.

Segundo a professora doutora Eliandra Mirlei Rossi, em 2021, houve uma pequena diminuição na porcentagem de amostras contaminadas. O número de amostras impróprias para o consumo humano caiu de 35,48% para 32,45%.

— Já registramos porcentagens menores. Em 2019, eram 28,42% de amostras impróprias. Percebemos que, nos dois últimos anos, devido à estiagem, muitas pessoas reativaram poços, que estavam desprotegidos — avalia a professora.

A água tratada ainda apresenta um percentual menor de contaminação: 10%.  Isso porque ela passa por diversas etapas de tratamento com o objetivo de eliminar as contaminações. A contaminação encontrada em águas tratadas tem origem, geralmente, nas caixas. Por isso é importante mantê-las limpas e desinfetadas.

Avanços e desafios na região Extremo-oeste

A região Extremo-oeste catarinense apresentou grandes avanços na qualidade da água em quase duas décadas. Em 2003, quando o Laboratório de Microbiologia da Unoesc iniciou as suas atividades, o percentual de amostras impróprias para o consumo humano era de 81,04%. No ano passado, foi de 32,45%.

— Temos o apoio de diversas entidades do município, que contribuem com o trabalho de conscientização e orientação. Nossa região melhorou muito a qualidade da água de consumo humano, o que consequentemente reflete na saúde da população — afirma a professora Eliandra Rossi.

Entretanto, a professora alerta que ainda existe uma parcela da população que não realiza análises. Um copo de água com ausência de cor, odor e gosto pode esconder micro-organismos invisíveis ao olho nu. Assim, pode se tornar um veículo de várias doenças gastrointestinais, tais como: amebíase, giardíase, ascaridíase, salmonelose, rotavirose, hepatite A, gastrite por Helicobacter pylori e cólera. Na maioria das vezes, a população associa, erroneamente, essas doenças ao consumo de alimentos.

— Nossos projetos de pesquisa envolvem pessoas que nunca fizeram uma análise, por falta de informações ou condições financeiras. Nesses casos, observamos que, de modo geral, os índices de contaminação aumentam muito e representam de 70 % a 90% das amostras impróprias para o consumo. Nesses locais, entre 80% e 90% da população acredita que consome água de ótima qualidade, porque não há cor, cheiro e gosto —  destaca a professora Eliandra.

Projetos de Pesquisa

Em 2021, um projeto de pesquisa vinculado ao CNPq e ao curso de Farmácia verificou a qualidade da água das pessoas que residem no perímetro rural de São Miguel do Oeste. Nesses locais, a água geralmente é proveniente de poços sem proteção e sem monitoramento constante da qualidade. O estudo apontou que 86,85% da população avaliada consome água com contaminação por micro-organismos, sendo que o principal problema é a contaminação microbiológica.

Diante dos resultados encontrados, ressaltou-se a importância de desenvolver um trabalho de educação sanitária para a população do meio rural, bem como a adoção de medidas  para preservar as fontes e realizar o tratamento das águas já comprometidas.

Neste ano, a Unoesc está com três projetos de pesquisa em andamento: um vinculado ao CNPQ e outros dois são Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), desenvolvidos por acadêmicos do curso de Farmácia. Nesses projetos, serão contempladas mais 110 famílias.

Como elevar a qualidade da água

Confira os cuidados que devem ser adotados para melhorar ou manter a qualidade da água:

– A lavagem e desinfecção da caixa de água deve ser feita a cada seis meses.

– As caixas  devem estar bem fechadas para impedir a entrada de resíduos.

–  Os filtros devem ser limpos ou trocados com frequência, conforme as instruções do fabricante.

– Os poços devem ser protegidos e ficarem distantes de fossas ou do descarte de resíduos.

– É preciso fazer uma análise periódica da água consumida.