Analisando a trajetória do processo de inclusão no Estado de Santa Catarina, observa-se que ele não se desencadeou de forma natural, espontânea, desarticulado da história dos homens. Ele emerge oficialmente na década de 80, sustentado por movimentos de caráter sociopolítico, cujas bandeiras de luta versavam sobre a eliminação das práticas discriminatórias, bem como por movimentos de caráter ético em favor dos direitos humanos.
No âmbito da Educação, ganham força as políticas sustentadas pelo princípio constitucional de “Educação para todos,” cuja perspectiva sociopolítica assinalava o processo de democratização do ensino. Permeada por esta mesma filosofia, a educação especial se engaja no desenvolvimento de estratégias de operacionalização do princípio de normalização por meio de meios integradores. Mais especificamente no Brasil, pode-se observar nos documentos oficiais um discurso intensamente marcado por este princípio e pela necessidade de traçar estratégias de inclusão de pessoas com características “especiais”.
As tentativas de rompimento com os modelos segregadores têm resultado em iniciativas voltadas à integração no âmbito escolar. Este movimento foi desencadeado de forma mais consistente, a partir de 1987, com a reformulação do sistema estadual de ensino, que garantiu a efetivação da política de integração, na rede regular de ensino, a partir da deflagração da matrícula compulsória, estabelecida no Plano para a Campanha de Matrícula Escolar da Secretaria da Educação (1987-1991). Essa campanha buscava garantir a “escolarização de todos” por meio da superação das dificuldades de acesso e da garantia de permanência, melhorando a qualidade de ensino e diminuindo a probabilidade de evasão escolar.
Para o acesso e permanência do aluno na escola, foi proposto, além da garantia da matrícula, a implantação de modalidades alternativas de atendimento nas escolas regulares: Salas de Recursos, bem como Salas de Apoio Pedagógico para alunos, cujo processo de ensino-aprendizagem tivesse resultados desfavoráveis.
Passados trinta e cinco anos da implantação do Plano de matrículas compulsórias no Estado de Santa Catarina é de bom termo perguntar aos agentes escolares em que termo está o processo de inclusão dos diversos grupos minoritários no ambiente escolar da educação infantil ao ensino médio? Quais são as principais virtudes deste processo? Quais as principais dificuldades? E ainda, o que pode ser feito para melhorar as condições de inclusão no contexto escolar?
Estas são algumas perguntas possíveis sobre este tema que apesar de estar em idade madura, ainda tem tanto a se fazer e transformar. Nesse contexto, é fundamental para o acadêmico conhecer e aprofunda-se sobre a temáticas relacionadas a inclusão, tanto no âmbito da educação básica quanto no ensino superior NEM, devido a sua inserção no mercado de trabalho.