Professor surdo compartilha experiências em palestra sobre práticas inclusivas

Os cursos de Pedagogia, Tecnologia Educacional e Medicina, da Unoesc Joaçaba, promoveram um evento vinculado aos componentes de “Educação Especial e Ensino Inclusivo” e “Língua Brasileira de Sinais (Libras)”. A atividade, no mês de setembro, foi organizada pelas professoras Mara Regina Heberle e Cristiane Fiorese e envolveu aproximadamente 75 estudantes.

O encontro contemplou uma palestra ministrada pelo professor Ricardo Heberle, do Colégio Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele é surdo e compartilhou a sua trajetória pessoal e profissional, da Educação Infantil ao Mestrado, relembrando os desafios e os avanços na área educacional para a inclusão das pessoas com deficiência.

— A presença do Ricardo foi positiva para a formação dos futuros profissionais da educação e da saúde, pois contribuiu para a reflexão sobre as práticas inclusivas. Da mesma forma, foi um incentivo para os futuros professores, demonstrando que a educação dos estudantes surdos é desafiadora, porém com inúmeras possibilidades — ressalta a professora Mara Regina Heberle.

O objetivo foi mostrar que a pessoa surda, por meio da Libras, pode desenvolver integralmente todas as suas possibilidades cognitivas, afetivas e emocionais, permitindo sua inclusão e integração na sociedade. Na oportunidade, o professor abordou a importância da linguagem para o processo de formação e socialização. Ele também lembrou o Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de setembro.

— Fomos privilegiados com a presença do professor Ricardo, em um momento de troca de saberes, unindo a teoria estudada em sala de aula com a prática. Como estudante, contribuiu para a compreensão sobre a Educação Especial, muito importante para a nossa formação e para o desenvolvimento de práticas inclusivas — enfatiza a estudante Ediane Fachin, da terceira fase do curso de Pedagogia.

— A palestra com o professor Ricardo nos trouxe a oportunidade de conhecer suas experiências de vida, como docente e como surdo, ressaltando a superação diante das dificuldades enfrentadas na sociedade e em seu percurso acadêmico. Agradecemos pelo grande aprendizado — destaca a estudante Fátima Fraron, da terceira fase do curso de Tecnologia Educacional.

— Foi enriquecedor, tanto para o crescimento profissional quanto pessoal. Durante a conversa, pudemos ter o real contato com a deficiência auditiva e como a comunicação pode ser efetiva se a linguagem de sinais for melhor difundida em nossa sociedade — enaltece a estudante Emanuely Marcon, da segunda fase do curso de Medicina.