Egressa de Design desenvolve trabalho de modelagem que beneficia público idoso

Com uma escala crescente na expectativa de vida do brasileiro, que atualmente é de 74,9 anos, conforme dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são necessárias inovações e criação de novos produtos que auxiliem na solução de problemas do cotidiano, oferecendo funcionalidade e conforto.

Pensando nisso, a egressa do curso de Design da Unoesc Videira, Alessandra Bariviera, usando a tecnologia assistiva, termo utilizado para identificar o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência, desenvolveu modelagem de um conjunto de talheres adaptados para idosos e com um custo de mercado baixo, para que entidades e casas de repouso possam adquirir.

— A ideia é que o usuário possa realizar a alimentação com melhor eficiência e autonomia gerando, assim, benefícios sociais, ergonômicos e econômicos para este público — afirma.

Alessandra conta que a inspiração para desenvolver o trabalho, que contou com a orientação da professora Cilmara Cimadon, surgiu há bastante tempo ao observar a dificuldade que algumas pessoas da terceira idade encontravam para se alimentarem devido à falta de recursos que pudessem auxiliar.

— Tinha exemplos em casa mesmo com meus avós. Ao observar a dificuldade, pensava também que teria de ser algo barato, visto a condição de dificuldades financeiras que muitas dessas pessoas enfrentam. No mercado há pouca variedade de produtos destinados a idosos e os que existem possuem um valor de venda muito alto — ressalta.

Para produzir a modelagem, ela explica que utilizou diversos materiais diferentes, um para cada tipo de modelo. Iniciou adaptando talheres normais de aço inox com alternativas de cabos modelados com resina epóxi, fazendo alguns testes com a impressora 3D e também massa para modelagem (Clay). O produto final, apresentado para uma banca de professores, foi desenvolvido em acrílico.

Idosos experimentaram o produto

Devido ao grande número de doenças que afetam o sistema motor dos idosos, havia essa necessidade premente de desenvolver alternativas que pudessem se encaixar com a maioria do público-alvo. Alessandra reitera que a aplicação do projeto foi bem mais complexa do que imaginava. No entanto, afirma que foi gratificante o momento em que realizou o teste do seu produto, junto a familiares e no Lar o Bom Samaritano (asilo da cidade), o qual possui entre os moradores da casa, seis idosos com dificuldades para autoalimentar-se.

— Foi difícil, mas acredito que o impacto na sociedade, caso um dia consiga dar sequência ao projeto, seja visível, e que o produto possa ser adquirido e venha auxiliar muitas pessoas, que hoje não têm autonomia para alimentar-se — comenta. 

Ela finaliza dizendo que os conhecimentos e apoio da coordenação e professores do curso de Design foram fundamentais para desenvolver o projeto, o qual pretende dar continuidade futuramente.

— Pretendo levar adiante, mas isso levará tempo ainda, pois há muita coisa para pesquisar e desenvolver, tanto na questão de materiais, quanto num estudo com um número maior de usuários e com dificuldades diferentes, o que possibilitaria aumentar o número de pessoas beneficiadas — finaliza a egressa de Design.